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Oláaa! Hoje não temos resenha aqui no blog, mas um post sobre o livro Lembra Aquela Vez (More Happy Than Not no original), que será lançado pelo selo jovem da editora Rocco aqui no Brasil esse mês. O livro está sendo um sucesso de críticas lá fora desde seu lançamento, em 2015, e foi ganhador do maior prêmio de literatura LGBT, o Lambda Literary Award, na categoria romance juvenil. A premissa é bem legal e nos lembra muito o filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Já estamos ansiosas por essa leitura :)


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Sinopse:
Aaron é um garoto de 16 anos do Bronx, em Nova York, levando uma vida como tantos outros jovens. É louco por action figures e histórias em quadrinhos (desenha sua própria revista!), divide um apartamento de um quarto com seu irmão e a mãe que se desdobra para pagar as contas da casa, trabalha na loja de conveniências do bairro, gosta de passar o tempo com a namorada, Genevieve, e a turma do conjunto habitacional onde vive. Mas sua história é marcada por uma tragédia: o recente suicídio de seu pai, dor registrada na cicatriz que carrega no pulso. Apesar de todas as dificuldades, Aaron está determinado a seguir em frente e aos poucos, com a ajuda da mãe e de Genevieve, lembra como é ser mais feliz do que triste.
Quando sua namorada viaja para um acampamento de artes, Aaron se aproxima de Thomas, um garoto de outro bloco, e nele encontra muito mais do que o meio que melhor amigo Brendan e o resto da galera que tantas vezes o deixa na mão. Descobre sua nova pessoa preferida: compartilham do gosto por quadrinhos a dúvidas em relação ao presente, o futuro e seus lugares em um universo que ferrou com suas vidas. Mais: Aaron descobre que talvez sinta algo mais por Thomas, ou seja um “gostador-de-caras”, como prefere dizer quando ainda está tentando entender seus novos sentimentos.
Diante de toda a confusão e rejeição que passam a fazer parte de sua vida, Aaron considera recorrer ao procedimento de alívio de memória do Leteo para esquecer não apenas as lembranças ruins que o perseguem, mas principalmente quem ele é. Lembra aquela vez é um sensível romance que, com doses equilibradas de bom humor e seriedade, fala sobre o despertar sexual e temas ainda urgentes nos dias de hoje, como bullying e homofobia. É um livro sobre medo, incerteza, ciência versus natureza e, principalmente, sobre amizade, amor, aceitação e a procura pela felicidade. “Espero que todo livro que eu lance neste universo seja tão especial quanto esse é para mim,” diz o autor. Leitura obrigatória.
O livro já está disponível para venda na Amazon e Saraiva. Links abaixo.


Sinopse: Ten years ago, Peter Pan left Neverland to grow up, leaving behind his adolescent dreams of boyhood and resigning himself to life as Wendy Darling. Growing up, however, has only made him realize how inescapable his identity as a man is. But when he returns to Neverland, everything has changed: the Lost Boys have become men, and the war games they once played are now real and deadly. Even more shocking is the attraction Peter never knew he could feel for his old rival, Captain Hook—and the realization that he no longer knows which of them is the real villain.

Oláaa! Hoje eu vim aqui comentar um pouco sobre a última leitura que fiz, e que me destruiu completamente. O livro é Peter Darling, de Austin Chant, e fiz a leitura do exemplar em inglês, pois infelizmente ele ainda não fui traduzido para o português (depois de saber mais sobre o livro tenho certeza que vocês também serão seduzidos pela ideia de traduzi-lo ou entrar em campanha para alguma editora aqui notá-lo hahaha).

Peter Darling é uma releitura do clássico de J. M. Barrie, Peter Pan, e se passa logo após o fim do mesmo, quando Wendy retorna a sua rotina normal e pacata e abandona a Terra do Nunca para crescer e seguir com sua vida. Dez anos depois, ela* volta para a Terra do Nunca, mas agora como Peter Darling.

 love hot boy peter pan peter GIF

Sim, Wendy é na verdade Peter, um garoto que nunca se sentiu bem no corpo em que nasceu e, pressionado pelas expectativas dos pais, continua fingindo ser quem não é, representando um papel que nunca lhe coube. Depois de passar dez anos sofrendo com essa vida de mentira e se sentindo cada vez mais oprimido, chega a hora de voltar àquele lugar onde ele pode ser ele mesmo, onde seu corpo será realmente seu e onde ninguém poderá afirmar o contrário. Na Terra do Nunca, ele sempre pode ser Peter. Mas dez anos se passaram e ele é agora um adulto; e não demora a notar que as coisas mudaram e muito por ali. As crianças não o reconhecem mais como um líder e outro garoto tomou seu lugar, Ernest, um rapaz muito doce e responsável que agora cuida de tudo por ali, e que fez um tratado de paz com os piratas, o que deixa Peter furioso e podendo contar apenas com sua velha amiga Tinker e com a raiva e a sede por batalhas e confrontos.

"Dreamers are always welcome here, whatever their reasons. But you seem insistent on tearing the world apart in all your fantasies." "That's right," Peter spat. "I'm here to fight. I'm a boy."

Pois é esse o estado de espírito de Peter quando retorna para Neverland; depois de tantos anos fingindo ser Wendy para poder ficar perto dos irmãos, seu retorno é marcado por inúmeras tentativas para mostrar que ele é sim um garoto destemido, forte e implacável (bem estereotipado), e quem melhor que Captain Hook para liberar sua raiva? Quebrando o acordo feito por Ernest em sua ausência, uma nova guerra entre Peter e seu pior inimigo tem início, e eles se enfrentam como nunca antes. Mas essa confusão toda tem seu ápice quando os outros piratas e as crianças já não estão por perto. Quando Peter e Hook ficam sozinhos, sem sua platéia, outra luta se inicia, mas desta vez só eles entendem, e é a única que realmente os amedronta. Será que entre todo esse medo de descobertas e máscaras caindo existe espaço para o amor? (bem clichê essa frase, eu sei, desculpa).

 peter pan GIF

Vi algumas pessoas dizendo que sempre shiparam Peter e Hook juntos (isso tem nome, se chama Boy's Love e vou explicar melhor em outro post) mas eu não shipei, até que eu li o shipp e simplesmente me senti contemplada hahaha.

Austin Chant envolve o leitor do começo ao fim e vai entregando aos poucos alguns pontos importantes. Sobre o fato de Peter ser um homem trans, por exemplo, ele não entregou logo de cara, e assim que me toquei (não tinha lido a sinopse) sobre o que estava acontecendo ali eu literalmente gritei.

"Neverland's different," he mumbled. "It's not like it was when I was a boy. It's not—fun anymore." "That's the trick of growing up. Nothing stays the same." Hook sounded oddly sympathetic. "You see the faults in everything. Including yourself."

E como as revelações não param por aí, eu passei a leitura toda ou gritando, ou sorrindo maliciosamente ou chorando; ou uma mistura nada bonita disso tudo. Só sei que o autor tem uma criatividade e tanto, e que não poupa o leitor em nada.

Peter é um personagem que cresce bastante no decorrer da obra; no começo ele é bem rabugento e tem umas atitudes totalmente desnecessárias, mas assim é o personagem original, então é algo que o autor escolheu manter. Se tirarmos o fato de Peter ser trans, do Hook ser o interesse amoroso e a história de ambos, o autor não fugiu muito do clássico de J. M. Barrie não, o que foi muito legal.

Ao assistir alguns vídeos sobre o livro clássico e ler algumas teorias na internet, minha cabeça quase explodiu. Tem MUITA coisa que fica subentendido, inclusive sobre a questão de gênero na obra. Vou tentar separar algumas e fazer um post todo sobre isso, mas tem um vídeo do canal Raposisses onde a Amanda aborda o assunto lindamente e comenta sobre Peter Darling também. Link AQUI

Preciso dizer mais alguma coisa? 
Leiam!!!